sexta-feira, 11 de maio de 2012

QUE TAL UMA COMÉDIA ROMÂNTICA PARA O FINDE?




Nada melhor do que uma comédia romântica em tardes de sábado ou domingo para distrair a mente. Nada mais inofensivo, nada mais relaxante...

Bom, não é bem assim que Chloe Angyal, estudante americana que fez sua pesquisa de doutorado com base na análise feminista de comédias românticas. Por mais crítica e feminista que você seja ou por mais despretensiosa que seja sua intenção ao assisti-los, invariavelmente você será influenciada por eles. Nada mais sensato em se admitir, já que os filmes, assim como os livros, refletem valores da sociedade, da cultura popular. Não importa a distância que você mantenha do filme, no sentido de olhar criticamente, ele vai te afetar de alguma maneira.

A grande questão que Angyal aponta é em torno dos estereótipos que regem esse gênero de filmes. Eles trazem de uma maneira geral o amor como o centro da vida da mulher, é ao redor dele que a vida dela vai se estruturar. Nada vai te deixar mais completa do que um grande amor correspondido, e que termine com uma bela festa de casamento de preferência. Não importa quão bem sucedida na sua carreira você seja, não importa se tudo o que você mais quer na vida é ser, livre, leve e solta para sair com quantos caras você quiser. Se no final desse túnel, você não encontrar o amor, nada disso irá compensar.

Não que a autora seja contra o amor ou às comédias românticas, mas os estereótipos atuais são tão forçados que chegam a ser irreais! Um artigo célebre da atriz e escritora Mindy Kalling para o New Yorker em 2011 trouxe exatamente alguns exemplos de personagens clássicos das comédias românticas atuais. Entre eles, a mocinha, sempre magra e de boa aparência, mas que costuma ter algum defeito “fofo” como tropeçar e quase cair constantemente, ou seja, desastrada até dizer chega, e, ainda assim, ser desejada pelo mocinho.

Reese, Meg, Jennifer, Kate e Drew: Qual delas voce quer ser?

Temos também a Esquisita Etérea, aquela que dança na chuva ou que chora copiosamente vendo um cartaz de um animal perdido. Ela deixa a personagem do mocinho louca porque ele nunca sabe se ela vai ou não aparecer quando ele faz planos com ela. Na vida real, todos provavelmente iriam acha-la uma louca, mas é ela quem vai dar sentido para a vida triste do mocinho. Um bom exemplo desse tipo é a personagem da Kirsten Dunst no filme “Tudo acontece em Elizabethtown”.

A personificação da Esquisita Etérea: você a encararia na vida real?

Não podemos deixar de mencionar a obcecada pelo trabalho e que não é nada divertida até que chegue o bonitão grosseiro do mocinho para ensiná-la a seduzir os homens de verdade (vide “A verdade nua e crua”, com a Katherine Heigl e o Gerard Butler), em cenas as mais esdrúxulas possíveis, até que no final, ele mesmo, o bonitão-conquistador-irresistível não vai resistir àquela mulher “sem graça” e ficará completamente apaixonado por ela. (Sim, eles também acreditam no amor bem lá no fundo e esperam apenas que a mulher certa chegue para despirem a carapuça machista e durona)

A chefe durona que se rende aos conselhos do bonitão para se tornar sedutora, como no filme "A verdade nua e crua". Já no filme "A proposta", a profissional bem sucedida no trabalho interpretada por Sandra Bullock deixa de ser a chefe carrasca para se tornar a mocinha vulnerável e frágil que se apaixona pelo assistente.

Bom, aí pensamos: “mas é só um filme, eu quero distrair a minha cabeça e não coloca-la para funcionar analisando se esse filme mexe ou não com os meus valores”. Afinal, são filmes “água com açúcar”, como chamamos aqui no Brasil. O fato é que, apesar das críticas que esse gênero de filmes têm recebido quanto à qualidade dos roteiros, personagens estereotipados e etc, em algum momento da sua vida, você se verá em uma comédia romântica... e, se assistir a um filme do gênero nesse exato momento de vulnerabilidade, você terá certeza!


Bom final de semana a todos!!!

Beijinhos
Equipe *Rix


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